Ups (ou não), sou mãe #3 Amamentação: a minha experiência e produtos preferidos

domingo, 7 de agosto de 2022
Ao longo desta semana Mundial de Aleitamento Materno (1 a 7 de Agosto) tem-se falado sobre esta temática, sobretudo nos canais digitais onde opiniões e informação sobre a amamentação têm sido partilhadas.
Foi então que me lembrei que agora, passados 4 meses desde o nascimento da piquena, já poderia escrever um pouco sobre a minha experiência e partilhar alguns produtos dos meus produtos favoritos. 

Ao longo desta semana Mundial de Aleitamento Materno (1 a 7 de Agosto) tem-se falado sobre esta temática, sobretudo nos canais digitais onde opiniões e informação sobre a amamentação têm sido partilhadas.
Foi então que me lembrei que agora, passados 4 meses desde o nascimento da piquena, já poderia escrever um pouco sobre a minha experiência e partilhar alguns produtos dos meus produtos favoritos. 

Quando estava grávida e me perguntavam se tinha a intenção da amamentar a minha resposta sempre foi a mesma. Sim, se conseguir, mas se não conseguir também está tudo bem. 
O facto de ser farmacêutica fez com que o tema não fosse de todo uma novidade e já soubesse algumas informações e conhecesse alguns produtos. Mas foi no curso de preparação para o parto (feito pelo SNS) que o tema foi abordado de forma intensa. Ouvi tudo direitinho nas aulas, li um pouco mais sobre o assunto nos canais digitais (sobretudo Instagram) e alguns livros. 

A teoria tinha sido bem estudada, foi então que chegou a altura da prática. 
Logo após o nascimento, ainda no recobro, não houve problema nenhum com a pega e foi muito fácil dar de mamar. Tive uma criança que veio ao mundo a saber bem o que fazer. 
Nos dias a seguir ao nascimento fomos tramadas pelo sono, e a amamentação foi dificultada por isso. Não havia forma de a bebé estar acordada a mamar. Mas quando conseguia que estivesse acordada, ela sabia o que fazer. 

Durante a gravidez não usei nenhum produtos específico nos mamilos. Às vezes quando colocava o creme ou o óleo anti estrias na barriga passava também um pouco no peito e mamilos. Mas ainda na maternidade os mamilos começaram a ficar rosados e comecei a sentir alguma sensibilidade. Ainda experimentei o creme de lanolina da Medela (Purelan) mas não senti grande efeito. Pelo menos não um efeito rápido como eu queria e precisava. Por conselho de uma amiga (e mãe) experimentei o Bepanthene Baby e gostei imenso (não é obrigatório mas eu gostava de limpar sempre o mamilo e tirar restos de creme antes de dar de mamar). Mesmo quando me abriram umas pequenas fissuras, foi o que usei e quase que tinha a sensação que cicatrizava entre as mamadas. 

Durante os dias que estive na maternidade tive o início da descida (ou subida) de leite. Não tive febre mas realmente os peitos enchiam imenso e ficavam muito duros. Como a bebé não mamava assim tanto por causa do sono o que fiz para aliviar foi sempre que sentia os peitos muitos duros enfiava-me no duche e drenava com as mãos. Era o suficiente para esvaziar um pouco entre as mamadas. 
Na maternidade, com a pressão que sentia para a bebé mamar, não estava a desfrutar do momento da amamentação. Pelo contrário, ter que estar a colocar compressas de água fria na bebé para ela acordar (única forma de abrir a pestana) e ajustar a posição e ver se a pega era a correta não me dava muito espaço para estar a aproveitar o momento. Mas sentia que as coisas até estavam encaminhadas para a amamentação continuar em exclusivo.

Quando fomos para casa, felizmente a piquena acordou para a vida e começou a mamar. E não foi pouco, nem muito, foi bastante. E foi aí que eu percebi que o desafio ainda não tinha começado. É que o meu problema não eram as fissuras que quando as tive sararam rapidamente. O meu grande problema foi a sensibilidade. A sensibilidade era extrema. Só para terem uma ideia, eu só de tocar em água fria sentia sensibilidade. Se estivesse na rua e viesse vento eu sentia sensibilidade. Em tom de brincadeira (e porque o humor sempre me ajudou nas situações mais difíceis) eu acho que sentia a mudança do tempo pelos mamilos!
Como a situação não melhorava com o passar dos dias fui vista por uma enfermeira especialista em amamentação para confirmar que a pega estava bem feita. E estava. Depois pedi à pediatra para ver se a bebé tinha o freio curto. Não tinha, também estava tudo bem. Coloquei várias pomadas que nada faziam e já no desespero até fiz um tratamento a laser nos mamilos. Não faço ideia se ajudou porque também não me foi prometido resultado imediato, e como não senti assim grande diferença com uma sessão, nem experimentei continuar a fazer mais. 
Nas noites mais desafiantes e principalmente quando havia o pico de crescimento e dava de mamar com muito pouco intervalo de tempo entre as mamadas, confesso que pensei em desistir. Nessa altura eu dizia muitas vezes aqui em casa que percebia perfeitamente quem desistia e quem não queria amamentar (e continuo a perceber). Porque não estava a desfrutar. Aliás, já sofria por antecipação quando sabia que estava perto da hora de dar de mamar. O que me dava alguma esperança para continuar é que a sensibilidade e dor que sentia, era no momento em que a bebé abocanhava. Depois ao longo da sucção já não tinha dor. Só não aguentava era quando ela fazia sucção não nutritiva. Aí sim, não a conseguia ter na mama. Talvez por isso ela nunca tenha feito da mama chupeta (e também não morre de amores por nenhuma chupeta).
O que me salvou, por muito que tenha custado, foi mesmo o tempo. Só o tempo e o chamado "calejar" é que me curaram e depois do primeiro mês tudo passou e nunca mais tive problemas. E comecei a desfrutar muito mais da amamentação. Comecei a ficar mais tranquila com o tema, mais à vontade porque tudo flui.

Mas ao longo desta jornada fui experimentando alguns produtos que me foram ajudando em diferentes fases.
Quando estava com a sensibilidade extrema não aguentava sequer a roupa a tocar-me nos mamilos. Em casa o melhor remédio era o topless (houve quem agradecesse), mas quando não era possível usava os protetores da Medela. Estes protetores não só evitam que o mamilo toque na roupa como o deixam respirar e ainda podem servir de coletor de leite se ao amamentar estiverem a pingar muito. Para andar em casa são ótimos. Para a sair para a rua, nem tanto. Primeiro porque se usarem uma blusa ou qualquer parte de cima mais justa, vai parecer que têm uma armadura no lugar dos mamilos. E depois porque se calha de haver leite no disco e vocês se baixarem, vão-se molhar. Mas para usar em casa, eu usei e abusei deles. 


Depois das mamadas o que me aliviada de imediato foram os discos de hidrogel da Medela. Tinha sempre discos no frigorífico e sempre que dava de mamar colocava sempre os mais frios. Para além do alívio imediato que sentia também ajudavam a cicatrizar quando começava a ter alguma fissura. Não é um produto barato para a durabilidade que tem (24 horas). O que eu fazia era cortá-los ao meio para render mais e também usava mais do que as 24 horas. Usava até eles não colarem. Mas se tiverem feridas abertas não aconselho a fazerem isso por causa do risco de infeção. Também se tiverem o mamilo muito grande não vale a pena cortarem porque não vai tapar tudo. 


Principalmente nos dois primeiros meses em que a produção de leite ainda está um pouco desajustada sempre que eu dava de mamar a mama livre estava sempre a pingar. Ao início colocava um pano para não ficar molhada. Mas depois lembrei-me de colocar um coletor. E foi uma maravilha. Do nada, conseguia recolher mais de 90ml de leite. Ao início usava esse leite para colocar nos mamilos, mas depois comecei a guardá-lo para o meu banco de leite pessoal. 
Hoje em dia já encontram coletores à venda em algumas farmácias e, apesar de ser um produto que só vão usar nos primeiros meses, acho que vale a pena comprar. Mas se comprarem, lembrem-se dele! Porque se ficar fechado na gaveta, quando derem por ela já não vale a pena usar. 
Soutiens de amamentação para mim sempre foram um must-have. 
Ainda na gravidez comprei uns na Primark mas não fiquei fã porque as alças rebentaram facilmente. Depois ainda comprei uns da H&M, daqueles cruzados e até gostei. 
Mas os meus preferidos foram mesmo os da Medela. Tinham-me oferecido um e como gostei acabei por comprar mais da marca. São daqueles que a alça desprende e a mama fica toda a mostra. Para mim funcionam muito bem, inclusive quando tenho de dar de mamar fora de casa. 



Estes foram os produtos que mais usei e abusei e que aconselho. 
Até agora contamos com 4 meses de amamentação exclusiva e com alguma extração para reservas de leite (a usar em situações pontuais, para o regresso ao trabalho e para a preparação de papas, por exemplo). 
A saúde e peso da criança têm respondido de forma positiva e, a juntar a isso, sabemos que estamos a ter a oportunidade de lhe dar o melhor. 

No entanto, a minha experiência também me fez ter ainda mais empatia e compreender melhor todas as mulheres. Independentemente da forma que alimentam os seus bebés o mais importante está mesmo no amor e na forma como nos dedicamos a eles. E isso (felizmente) não se vende em lata nem aparece depois de uma "subida" ou "descida" de leite. 

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