Farmácias nos Estados Unidos vs Farmácias em Portugal

terça-feira, 10 de março de 2020
 Como farmacêutica é normal que sempre que viajo tenha curiosidade em saber como funcionam as farmácias no país em questão.
Se pela Europa se assemelham muito a Portugal em termos de aspecto e regras de prescrição e venda de medicamentos ou outros produtos farmacêuticos, quando nos distanciamos um pouco mais no mapa, as diferenças começam a ser notórias.

As farmácias que visitei nos Estados Unidos foram todas em Miami, Orlando e Key West e, apesar de existirem muitas, as que mais se vêm são o Walgreens e a CVS. Agora vamos às diferenças em relação às farmácias em Portugal.


Espaço:
É notória a diferença estética. Em Portugal estamos muito habituados à farmácia convencional. Espaços de tamanho médio com zona ampla onde se encontram algumas gôndolas e expositores. Mas depois não faltam balcões de atendimento.
Ao contrário das farmácia dos EUA que parecem uma autêntica loja de conveniência ou até mesmo um mini supermercado. São enormes e têm imensos corredores. Têm também caixas de pagamento com empregados ou automáticas.


Produtos:
Nas farmácias em Portugal ainda são os medicamentos e produtos farmacêuticos a principal causa de visita dos utentes. Mas a variedade de produtos também aumentou muito.
Nos EUA podemos encontrar tudo o que se possa imaginar numa farmácia. Para além dos medicamentos podem comprar variadas marcas de dermocosmética, produtos de higiene, comida para animais, detergentes da roupa, postais, revistas, bebidas, tabaco, álcool, bolachas, chocolates, pequenos presentes, snacks, e tantas outras coisas.





Atendimento:
Se quiserem ser atendidos por um farmacêutico têm de se dirigir ao seu balcão próprio que está numa zona específica da loja. Existem ainda algumas lojas que dispõe de atendimento médico, o que me pareceu muito interessante porque em caso de necessidade pode-se solicitar uma consulta médica e logo a seguir o farmacêutico pode manipular a medicação.
Todas as dúvidas que possam existir acerca de outros produtos da loja têm de ser questionados aos empregados da loja em si e não desta área.





Medicamentos Sujeitos a Receita Médica:
À semelhança do que acontece em Portugal, estes medicamentos só serão dispensados por farmacêuticos na zona especifica da loja. Por norma o utente entrega a prescrição e depois espera que esta fique pronta.
Não esquecer que a medicação costuma vir em frascos com a quantidade necessária, devidamente identificados no que toca ao nome da substância, da posologia, validade e identificação do utente, por exemplo. No entanto também existem medicamentos que são entregues em caixas normais como vemos em Portugal.

Medicamentos não Sujeitos a Receita Médica:
Estão nos corredores próprios e ao acesso de qualquer pessoa. Existem casos de medicamentos que em Portugal são sujeitos a receita médica e nos EUA não.
Quanto ao preço, na sua maioria são muito mais caros. Imagem só que que uma caixa de Imodium é capaz de custar o dobro do que em Portugal.
No que toca a vitaminas e suplementos a variedade de produtos é gigante! E se existem algumas que são muito caras, existem outras ao preço da chuva, como é o caso do Centrum em que uma caixa para mulher com 60 unidades pode custar cerca de 12 euros.








Beleza:
Em Portugal já vemos em praticamente todas as farmácias, extensas gamas de dermocosmética e produtos destinados à beleza pessoal.
Nos EUA a quantidade triplica e o que não faltam são marcas nos extensos corredores. Se por um lado temos marcas Europeias que são muito mais caras (La Roche Posay, Vichy, Neutrogena) temos outras que são bem mais baratas (Cetaphil, Carmex).
No que toca a maquilhagem a variedade também é gigante.
O que mais atrai aos estrangeiros nesta zona da loja é mesmo a possibilidade que adquirir produtos que não existem em outros países.




E qual prefiro?
Em termos de espaço prefiro as farmácias em Portugal e espero que assim continuem durante muito tempo. Gosto daquelas farmácias mais vintage mas confesso que também sou fã daquelas que se modernizaram e que ao mesmo tempo continuam a parecer um espaço de saúde.
O que gostei nos EUA foi a sensação de que o farmacêutico acaba por ser mais valorizado e realizar mais serviços farmacêuticos uma vez que dispõe de zona própria de atendimento e passam o dia a lidar com o utente vs medicação vs saúde, deixando a venda dos outros produtos para os restantes funcionários.





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