Roteiro Gastronómico #50 Paço dos Cunhas - Santar / Viseu

domingo, 19 de maio de 2019
Tenho sempre um gosto especial em escrever sobre locais da zona de Viseu e tenho até alguma pena por ainda me faltar conhecer tantos espaços conhecidos pelas sua gastronomia de qualidade.
Mais ou menos a 16km do centro da cidade de Viseu podem encontrar o restaurante Paço dos Cunhas situado em Santar. Este espaço já existe há uns largos anos e esta não foi a primeira vez que o visitei.
É um restaurante com um ambiente familiar muito agradável e os funcionários são muito atenciosos. Têm estacionamento exterior e também é possível organizar eventos neste local. Aliás, eles próprios organizam workshops e provas de vinhos e visitas às caves de Santar. 
Mas foi na minha última visita que experimentei o menu “Fique nas mãos do chefe” que merece ser partilhado. 
O conceito é simples: o chefe decide como será a nossa refeição e apenas temos de o informar caso tenhamos alguma intolerância ou restrição alimentar. Existe também a possibilidade da refeição ser acompanhada pela aromatização de vinhos e nós optámos por isso.

A refeição começou com uma simpatia do chefe: croquetes de vitela à Lafões, cebola assada e mostarda. Gostei especialmente que a carne não estivesse picada, mas sim desfiada. Estava muito tenra e saborosa. O exterior estava crocante e seco em termos de gordura. É caso para dizer que começámos logo a aumentar as expectativas.


De seguida foi-nos servido um prato com texturas de bacalhau, ervilha e diamantes de vinagre. Traduzindo isto, o prato trazia um estaladiço que eu não consegui logo identificar o que era mas sabia a bacalhau. Estava acompanhado por um creme de ervilha com uma textura excelente e sem grumos. Os diamantes de vinagre era nada mais do que que gelatina de vinagre. Posso-vos dizer que adorei aqueles cubinhos cheios de sabor que não era forte. Ainda vinha no prato bexiga de bacalhau envolvida em ovo. Todos estes elementos fizeram com que o prato fosse uma excelente combinação de sabores e sobretudo de texturas que funcionou mesmo muito bem.


Como prato de carne foi-nos servido lombo de javali, puré de batata doce e cogumelos marrom. Nunca tinha provado uma carne de javali tão bem cozinhada e tão tenra. O puré tinha bastante sabor e a textura estava no ponto.


Fechámos a refeição com um creme queimado de dióspiro e gelado de vegetais. Quem me conhece sabe o quanto eu não gosto de fruta e em especial dióspiro, mas eu se fizesse uma prova cega nunca acertava nos ingredientes desta sobremesa deliciosa.


Quanto aos vinhos, prefiro não desenvolver uma vez que não sou perita na área. No entanto, na mesa tínhamos familiares muito entendidos que concordaram sempre com os vinhos escolhidos para acompanharem os pratos.
É uma experiência única onde saboreamos o resultado final de quem tem a excelente capacidade de reinventar a gastronomia tradicional portuguesa.




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