A descoberta dos antibióticos foi um dos marcos mais importantes da história da medicina que permitiu o tratamento de inúmeras infeções até então frequentemente fatais.
A penicilina foi pioneira ao ser descoberta em 1928 e surgir na forma de fármaco em 1940.
A descoberta dos antibióticos foi um dos marcos mais importantes da história da medicina que permitiu o tratamento de inúmeras infeções até então frequentemente fatais.
A penicilina foi pioneira ao ser descoberta em 1928 e surgir na forma de fármaco em 1940. Pneumonias, sépsis, meningites, infeções do trato urinário, entre outras viram o seu tratamento revolucionado com o início do uso dos antibióticos.
Apesar de muitos outros antibióticos terem aparecido nos anos seguintes, o surgimento de antibióticos novos diminuiu drasticamente no final da década de sessenta, como mostra a seguinte imagem.
Nas últimas décadas, a resistência aos antibióticos tem sido reconhecida como um problema de saúde global, sendo o seu uso excessivo e inapropriado uma das principais causas apontadas para este flagelo.
Como consequência direta, infeções comuns facilmente tratadas no passado poderão ver o seu tratamento dificultado ou mesmo impossibilitado, aumentando as taxas de morbilidade e mortalidade. Atualmente as doenças infeciosas são uma das principais causas de morte no Mundo, para a qual a resistência aos antibióticos contribui ao dificultar a antibioterapia.
Eu, como profissional de saúde e também pelo gosto especial que tenho pela área da Microbiologia, não podia deixar passar o dia 18 de Novembro, Dia Europeu do Antibiótico, sem fazer o alerta para o seu uso correto e racional. Este dia foi criado pelo European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC) e Portugal é um dos países que contribui para a sua divulgação. Durante todo o ano temos assistido a anúncios nos media, nas farmácias e outros espaços de saúde a alertar para a forma correta de usar esta classe de medicamentos.
Como profissional de saúde cabe-me a responsabilidade de alertar quem os consome para o seu correto uso. Às vezes uma simples frase como "O antibiótico não vai matar o seu vírus da gripe" pode ser suficiente para alertar o utente para a não necessidade de consumo destes medicamentos. Mas confesso que não é fácil mudar mentalidades. Muitas vezes o rejeitar a venda de um antibiótico sem receita médica é vista como falta de simpatia e apreço pelo utente quando no fundo estamos apenas a zelar pela sua saúde (sim, já sei que este é um tema polémico e esta não é a única classe de medicamentos que exige a receita, mas precisava de uma semana para desenvolver esse tema e acredito que a muitos de vós não fosse interessar :P)
É urgente estarmos todos alinhados e conscientes que o uso dos antibióticos deve ser prescrito (para situações concretas), dispensado mediante aconselhamento e tomado com consciência.
Tomar antibióticos para as causas certas, às horas certas, cumprir o tratamento até ao fim e em caso de sobra de medicamento entregar na sua farmácia, vai de certo contribuir para o atrasado da resistência aos antibióticos.
Esta causa é de todos e para os que se identificam particularmente com ela, aconselho a visitarem http://antibiotic-action.com. É uma iniciativa global com o objetivo de consciencializar-nos e informar-nos a todos sobre a resistência aos antibióticos.
Em 2011 criaram uma petição e receberam assinaturas de todo o mundo (a minha incluída) que teve como objetivo a chamada de atenção das organizações mundiais que pudessem contribuir nesta causa. Neste momento a petição está parada mas espera-se que volte no futuro. Para quem gostar deste assunto pode sempre no site colocar o e-mail para receber todas as novidades.
