Um dia por Hanoi - Vietname

domingo, 19 de agosto de 2018
Nem todos os inícios de viagens são perfeitos. E o nosso foi um tanto ou quanto agridoce.
Perdemos um voo de ligação que teve algumas consequências boas e más. Se por um lado tivemos a oportunidade de visitar Doha - Qatar, por outro quando aterrámos em Hanoi não tivemos tempo nenhum para descansar e começámos logo a visitar a cidade.

Ainda cheios de sono, a empresa turística levou-nos ao hotel para deixarmos as malas e de repente só vemos uma mulher na nossa direção a falar um espanhol muito trapalhão e demasiado rápido.
Entrámos num mini bus, mas se querem que seja sincera, eu naquela altura nem tinha percebido bem o que iríamos fazer.
Hanoi tem cerca de 7 milhões de pessoas (dados de 2015) e durante a nossa primeira pequena viagem de carro percebemos logo que as ruas estavam cheias de pessoas e o trânsito era caótico, pelo menos para nós que estávamos a ver de fora.

Começámos a visita turística à cidade pelo Palácio Presidencial de Ho Chi Minh e ao Mausoléu de Ho Chi Minh. A visita foi feita apenas no exterior. Quem quiser visitar a múmia de Ho Chi Minh (líder Vietnamita) pode esperar horas a fio em filas gigantes. Poderá haver alguma altura no ano em que não se pode visitar o corpo por estarem a tratar da sua conservação. Apesar de as filas serem enormes, notou-se que estavam bem organizadas e havia silêncio como sinal de respeito.







Perto desta zona, e indo a caminhar, chegámos ao "Pagode de um único pilar". Já não é a primeira vez que vos falo sobre as Pagodas (dito em inglês) e o seu significado. É verdade que existem muitas por todo o país. Esta é especialmente uma atração turística devido à sua construção feita com um único pilar e de a sua estrutura ter alguma semelhança a uma flor de lótus. Normalmente os habitantes locais visitam esta Pagoda para deixar oferendas e nesta em especial pedem que sejam abençoados com o dom da fertilidade, sobretudo os recém casados.
Depois ainda visitámos o Museu da Etnologia onde percebemos que, para além de existirem imensos grupos étnicos e de terem sempre alguns costumes semelhantes, diferenciam-se entre si por algumas tradições específicas, pelas coisas que fazem e pelos trajes que utilizam.



Quero dedicar um post à gastronomia do país mas foi no primeiro almoço em Hanoi, num restaurante local, que experimentei os primeiros pratos locais da viagem. E foi também aqui que senti que foi amor à primeira vista ou neste caso à primeira dentada. Começámos pelos famosos spring rolls, depois serviram-nos tempura de camarão tigre para comermos com o molho de soja e para acompanhar vinha arroz.




Na parte da tarde visitámos o Templo da Literatura que foi a sede da primeira universidade do país e que era frequentada pelos príncipes e jovens das famílias mais ricas. Hoje em dia é um género de local sagrado onde também se encontram alguns altares visitados pelos estudantes para pedirem auxílio nos testes e provas da escola.









O lago Hoan Kiem é outra atração turística, assim como o templo Ngoc Son que fica no meio do lago. Para atravessar há uma ponte vermelha que está sempre cheia de pessoas a tirarem fotos.
Ao final da tarde fomos ver um famoso espectáculo de marionetas de água que pelos vistos é uma arte Vietnamita de há muitos anos. Retratava cenas do quotidiano antigo acompanhadas de músicas e cânticos tradicionais. Aqui tenho de confessar que não consegui ver muita coisa porque estávamos tão mas tão cansados que muitas vezes dei por mim a fechar os olhos. O que me descansou foi que no meu grupo, não fui a única. Aliás, ainda se espera pela pessoa que conte como foi o espectáculo todo.




Ao final dia aproveitávamos para fazer o que gostamos bastante que é começarmos a caminhar sem grande destino só para vermos as ruas, fugir aos pontos turísticos e perceber como atuam os locais.
As ruas estão cheias de instalações eléctricas, com fios todos misturados uns nos outros. Muito sinceramente não sei como é que alguém consegue resolver alguma problema de electricidade quando o há.
Depois só quando começámos a tentar atravessar as ruas é que tivemos a plena noção de que o trânsito não pára. Em Hanoi praticamente só vimos motas e, meus amigos, atravessar uma rua é rezar do início ao fim.
O segredo é dançar, e ir embalado pelo trânsito. Dar pequenos passos, mas nunca parar. Nas motas vê-se de tudo. Vêem-se motos com uma a quatros pessoas, crianças, bebés, animais e algumas vão atoladas de coisas. É uma arte no equilíbrio.
Vimos muitas pessoas a comprar pequenas quantidades de alimentos nos vendedores locais que devia ser para o jantar e muitos também optavam por comer nos vendedores da rua. É certo que não estivemos muito tempo em Hanoi, mas eu não vi nenhum supermercado por lá.







No dia seguinte, como acordámos cedo, reparámos que no jardim em frente ao hotel haviam algumas pessoas a fazer ginásticas e aulas de Tai Chi. Foi também nesta manhã que percebemos que muitas pessoas antes de irem para o trabalho preferem tomar o pequeno almoço nos vendedores locais ou simplesmente parar a mota e esperar que o vendedores lhes leve o pedido feito desde a mota para seguirem viagem. Agora eles de manhã alimentam-se bem. Comem um sopa bem recheada numa taça enorme.

Hanoi é a capital do Vietname. E é certo que eu achava que a iria encontrar em muito pior estado. Mas como começámos a visita ao país pela capital, achei que a partir daqui iria ser sempre a piorar.
Será que foi?
Acompanhem esta viagem.