Cambodja

domingo, 9 de dezembro de 2018
Depois de passarmos pelo Vietname, seguimos para o Cambodja.
Foram apenas dois dias por lá, mas como já seria de esperar, foram vividos como se fossem pelo menos uma semana.

Quando chegámos à primeira cidade, Siem Reap, foi-nos logo dito que por lá se pagava tudo preferencialmente em dólares mas tudo o que fosse troco de moedas seria dado na moeda local. Esta cidade tem cerca de 300 mil habitantes, não tinha tanto trânsito como no Vietname e as horas de ponta eram das seis às sete da manhã e das cinco às sete da tarde.
Começamos por visitar as "Chantiers Ecoles" que é um local onde jovens cambodjanos aprendem e revivem as tradições antigas. Podem aprender pintura, escultura em pedra, escultura em madeira e muitas outras tradições.





O primeiro dia foi muito calmo porque já se sabia que no dia seguinte íriamos andar sempre de um lado para o outro com as visitas. Começámos por visitar uma das jóias do Cambodja, o parque arqueológico Angkor Thom, declarado pela UNESCO Património da Humanidade desde 1992. Existem neste local imensos templos mas só cerca de 90 é que estão bem conservados. Infelizmente, a maioria encontra-se em ruínas. Antigamente Angkor era a capital do país. Depois foi abandonada e posteriormente invadida pelos tailandeses que causaram alguma destruição e levaram muita coisa. Tudo isto fez com que este local se tivesse tornado numa cidade fantasma.
Como teríamos de ficar muitos dias para ver os templos todos, fomos só ver os mais importantes. Claro que por esse motivo, levei com a praga de chineses que passeava por lá e não davam espaço nenhum para se tirar fotos. Aliás, queria ter tirado uma foto de jeito no templo Ta Prohm onde foram filmadas algumas cenas do filme Tomb Rider.
Visitámos ainda o Terraço dos Elefantes, o Terraço do Rei Leproso, as doze torres muito parecidas do Prasat Suor Prat e os templos de Angkor Wat.











Ao final do dia fomos visitar algumas lojas e mercados locais e ficámos logo com a sensação que a qualidade das coisas era muito superior às que tínhamos visto no Vietname.
A exportação é uma das atividades mais importantes do país. O que é fabricado e é de marca vai para fora. As imitações ficam no país para serem vendidas (e que boas imitações eram). A segunda atividade mais importante é a construção, a terceira o turismo e a quarta a agricultura.







No dia seguinte fomos até à capital do Cambodja, Phnom Penh. Quando chegámos sentimos logo uma grande diferença. A capital é muito mais moderna e não se viam muitas construções antigas pela cidade.
As pessoas não gostam muito de caminhar, então apanham um tuc tuc por tudo e por nada. A esperança média de vida são 62 anos para as mulheres e 58 a 60 para homens. Muitas pessoas sofrem de diabetes porque comem muita fruta e caminham muito pouco. A maioria da população vive fora da cidade. E há um diferença brutal na qualidade de vida. Fora da cidade vêem-se casas tradicionais altas por causa dos bichos (sobretudo cobras) e do calor. A maioria não tem casa de banho e muitas pessoas acabam por ser mordidas por serpentes à noite quando vão fazer as suas necessidade ao ar livre.


 A visita a esta cidade foi muita rápida por isso tivemos de escolher os locais mais importantes para visitar. Optámos por ir ao Museu Nacional, ao Pagode de Prata, ao Palácio Real e à colina de Wat Phnom.
O local que mais gostei de visitar foi mesmo o Palácio Real. A zona envolvente está muito bem cuidada. Os jardins são lindíssimos e à volta do palácio encontram-se várias portas com significados e funções distintas. Umas delas, por exemplo, só se abrirá quando o rei morrer. O rei tem 66 anos e não tem mulher. Penso que é budista.
Até 1986 a construção do palácio era toda em bambo, mas os franceses acabaram por ajudar a restaurar e alteraram os materiais de construção. Aliás, pode-se até dizer que os jardins têm um certo estilo europeu/francês.
Durante a visita não foi possível chegar muito perto do trono do rei. Só o podíamos ver à distância. Este trono só é utilizado uma vez, na coroação e representa uma montanha onde habitam deuses importantes. O povo acreditava que quando o rei se sentava no trono era transformado num Deus. E por isso, quando o rei saía do palácio, as pessoas tinham de baixar a cabeça quando passavam por ele, pelo facto de serem mais impuras.










No final do dia, para nos despedirmos da cidade, do país e da viagem fomos passear. Felizmente fomos muito bem alertados pelo guia que nos explicou que, se por acaso nós gostássemos de Karoke, que não entrássemos em nenhum local que dissesse isso à porta porque ali tinha outro significado:
eram locais de meninas. Aliás, esta parte fez-me até um bocado de impressão porque nas ruas onde haviam mais bares e restaurantes, viam-se muitas raparigas novas (mas novas mesmo, algumas pareciam ter uns 15 anos) como acompanhantes de homens mais velhos.

Com este post termino o relato de uma das mais bonitas e enriquecedoras viagens que já fiz.
E agradeço o facto de não ter sabido o destino até um dia antes da viagem porque não feri qualquer expectativa que pudesse ter.
Vivi tudo como se não soubesse nem conhecesse nada. E essa sensação, para além de brutal, teve como consequência o constante wow a sair da minha boca.